A leitura é um testemunho oral da palavra escrita.

BD MANIA

A MINHA BIBLIOTECA DE BANDA DESENHADA

JOSÉ SARAMAGO

O Nosso Nobel

A MINHA LISTA DE DESEJOS

De preferência os livros do Arturo Perez-Reverte em português please

AS CRÓNICAS DE SHANNARA

Agora na AMC

EM MODO LEITURA

O ANJO CAÍDO

30/09/2011

Paul Hoffman

PAUL HOFFMAN


Escritor e argumentista britânico, Paul Hoffman colaborou durante algum tempo com o organismo responsável pela classificação dos filmes no Reino Unido. Escreveu o argumento de três filmes, em coautoria, e trabalhou com, entre outros, Francis Ford Coppola.
O seu primeiro romance, The Wisdom of Crocodiles, deu origem a um filme protagonizado por Jude Law e Timothy Spall. Seguiu-se The Golden Age of Censorship, uma comédia negra publicada em 2007.
Com O Braço Esquerdo de Deus, primeiro volume de uma trilogia, Paul Hoffman confirma-se como uma das novas grandes vozes da literatura de Fantasia.



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29/09/2011

Booking Through Thursday 29/09



O tema desta Quinta-feira: LER ATÉ TARDE

  • What’s the latest you’ve ever stayed up reading a book?
  •  Is staying up late reading a usual thing for you?

Se existe algo de bom, numa boa leitura é o poder ler até tarde, claro que temos o reverso da medalha, que é o facto de no dia seguinte termos de nos levantar cedo para irmos trabalhar... por isso já não o faço tantas vezes como gostaria.
Aquele livro que me lembro de não conseguir parar de ler, e que só parava às tantas da manhã, foi quando a trilogia de o Senhor dos Anéis já lá vão muitos anos, na altura não havia muitos livros de Fantástico, só havia Ficção Científica, e a sensação da leitura foi algo que até não esqueci.

28/09/2011

45 days book challenge - Dia 12 – Colecção (saga) favorita




O Cântico de Albion de Stephen Lawhead é composto por 3 extraordinários livros, que foram editados pela Bertrand, são eles a “A Guerra do Paraíso”, “A Mão de Prata” e “O Nó Interminável”.
Li esta saga pouco tempo depois do Senhor dos Anéis e fiquei apaixonado pela escrita de Stephen e por este mundo de Albion, que remonta às origens Celtas.

Braço esquerdo de Deus (O)


Peguei no livro como sendo mais um livro de fantasia, dos muitos que têm sido lançados, no entanto logo às primeiras páginas, fiquei completamente agarrado à escrita e ao enredo e apesar de não estar com muito tempo para ler, este foi um livro para o qual tive de o arranjar.


É um livro que se lê de um fôlego, com uma história intemporal da dicotomia do bem e do mal, do amor e do ódio, sempre com a religião presente.


Deixo apenas 2 das muitas frases que ficam deste livro que terão de ler:
"A vida é uma viagem, uma viagem em que nunca sabemos se vamos pelo nosso caminho. Vemos um novo destino enquanto viajamos, e outro melhor, e outro, e assim por diante até que o lugar para onde nos dirigíamos no inicio fica completamente esquecido. Somos como alquimistas: começam à procura de ouro, e pelo caminho descobrem remédios úteis, e uma maneira sensata de ordenar as coisa, e o fogo-de-artificio... a única coisa que nunca descobrem é ouro!"


"Estou preso a ela por cabos que nem sequer Deus pode quebrar. Se um dia sentir uma brisa fresca na face, talvez seja o meu hálito, se, uma noite, o vento fresco brincar com os cabelos dela, talvez seja a minha sobra a passar."


E vou começar já de seguida o 2º livro da trilogia...


Sinopse
A sua chegada foi profetizada. Dizem que ele destruirá o mundo. Talvez o faça...
"Escutem. O Santuário dos Redentores, em Shotover Scarp, é uma mentira infame, pois lá ninguém encontra santuário e muito menos redenção."
O Santuário dos Redentores é um lugar vasto e isolado - um lugar sem alegria e esperança. A maior parte dos seus ocupantes foi levada para lá ainda em criança e submetida durante anos ao brutal regime dos Redentores, cuja crueldade e violência têm apenas um objetivo - servir a Única e Verdadeira Fé. Num dos lúgubres e labirínticos corredores do Santuário, um jovem acólito ousa violar as regras e espreitar por uma janela. Terá talvez uns catorze ou quinze anos, não sabe ao certo, ninguém sabe, e há muito que esqueceu o seu nome verdadeiro - agora chamam-lhe Cale.
É um rapaz estranho e reservado, engenhoso e fascinante. Está tão habituado à crueldade que parece imune a ela, até ao dia em que abre a porta errada na altura errada e testemunha um ato tão terrível que a única solução possível é a fuga.
Mas os Redentores querem Cale a qualquer preço... não por causa do segredo que ele sabe mas por outro de que ele nem sequer desconfia.

CLASSIFICAÇÃO DAS LEITURAS...
8-Excelente
Título
BRAÇO ESQUERDO DE DEUS
Saga
1º livro da Trilogia
Tema
Fantástico
Editora
Porto Editora
Autor
Páginas
393
Data de Leitura
27/09/2011
ISBN
978 972 0 04089 3

27/09/2011

45 days book challenge - Dia 11 – Livro que não conseguiste acabar


Um dos livros que não consegui acabar, foi “Notícia da Cidade Silvestre” da Lídia Jorge, não sei se por na altura não estar ainda desperto para o tema, se por o achar enfadonho, mas não consegui e fiquei com este estigma relativamente à Lídia Jorge, que tenho que inverter proximamente, lendo o livro.

Francisco Salgueiro


Francisco Salgueiro

Nasceu em Lisboa a 29 de Junho de 1972.
Depois de ter tirado o Curso de Comunicação Empresarial, participou na criação da Direcção de Comunicação da TV Cabo, dedicou-se à autoria e escrita de programas de televisão, na SIC, e à escrita de artigos de opinião para as revistas Notícias Magazine,MáximaTelecabo e o jornal O Independente.
É um dos fundadores da primeira empresa em Portugal a dedicar-se à produção de conteúdos escritos para TV, Internet e Televisão Interactiva.
Já lançou cinco livros, sendo de referir o grande sucesso de estreia chamado Homens Há Muitos.


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26/09/2011

45 days book challenge - Dia 10 – Livro mais curto que já leste


Difícil de ter a certeza, mas um dos mais pequenos que li recentemente foi, um livro de 50 páginas (escritas) de Luís Sepúlveda – “ Diário de um Killer Sentimental”. 

Praia da Saudade

Esta é a verdadeira história de amor, uma história de amor como há muito não lia.

Nos anos 60 do século passado, quando em todo o mundo, a juventude ganhava asas e liberdade, em Portugal tudo era proibido e a máxima de Família, Fátima e Futebol era uma obsessão do regime.
A paixão entre dois mundos completamente distintos, durante o regime ditatorial de Salazar era impensável, Rodrigo, amante da liberdade e de família crítica do regime, Beatriz, da Mocidade Portuguesa Feminina, filha de família do regime, apaixonam-se.

Vamos descobrir esta paixão avassaladora, através do neto de Rodrigo, que às portas da morte do avô, descobre finalmente a sua história. A história de um amor impossível numa ditadura católica, mas nada nem ninguém, consegue destruir o verdadeiro amor.

Este é o mote, para a mais bela história de amor que li nos últimos 10 ou 20 anos.


Sinopse
A história de uma relação proibida que seria perfeita 45 anos mais tarde. Uma paixão que lutavava pela liberdade, enquanto a guerra afundava o país.
Portugal 1964. Salazar proibia a Coca Cola, a censura amordaçava escritores e a Pide prendia inocentes.
Em plena ditadura, havia apenas uma regra nas relações: não se apaixonar pela pessoa errada.
Portugal 2009. Um documento escondido num cofre durante décadas. A sua descoberta revela a história de uma paixão impossível, que em 1964 era bombardeada pela censura, hipocrisia e moral católica duvidosa.
45 anos mais tarde poderá ainda haver um final feliz? Ou será tarde demais?

CLASSIFICAÇÃO DAS LEITURAS...
8-Excelente


Título
A PRAIA DA SAUDADE
Saga

Tema
Romance
Editora
Oficina do Livro
Autor
Páginas
280
Data de Leitura
11/07/2009
ISBN
978 989 555 446 1

25/09/2011

45 days book challenge - Dia 9 – Livro mais longo que já leste


Quase com toda a certeza e tirando as sagas, foi o 2666 de Roberto Bolaño, que recentemente acabei de ler, são 1030 páginas, mas atenção, 1030 páginas intensas e de letra bem pequena. 

Glen David Gold

Glen David Gold


Nasceu em 1964 e é especialmente conhecido pela autoria de "Carter vence o diabo", uma biografia ficcionada de Charles Joseph Carter (1874-1936), um ilusionista americano. Glen Gold escreve num estilo narrativo, e o livro foi bastante apreciado. Gold vive em San Francisco, Califórnia.
O seu segundo romance, Sunnyside, foi publicado em 2009, publicou ainda alguns contos, incluindo The Tears of Squonk. 

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24/09/2011

45 days book challenge - Dia 8 – Livro tão mau, tão mau, mas tão mau que consegue ser bom

Sinceramente não consigo imaginar um livro destes, porque se for assim tão mau, tão mau, eu ou pura e simplesmente não o leio, porque fica a meio ou nem sequer o começo a ler e depois não consigo imaginar-me a gostar dele. 

Já alguma vez vos aconteceu?

Terrível,

No que respeita aos meus livros, actualmente entre literatura e banda desenhada, terei 4.000 títulos, 1.200 dos quais serão livros clássicos, de papel, ainda não me adaptei à nova realidade que começa a despontar que são os e-books, e mais de 2.000 revistas de Banda Desenhada, portuguesa e francesa. Ainda irei falar deste meu outro hobbie.

Numa casa de família acomodar esta papelada toda, não é fácil, porque o espaço é pouco e requer tempo para organizar, mas como o bicho da leitura é muito grande, faz-se e faz-se com gosto.

Por isso organizei todos os livros e revistas como se de uma biblioteca se tratasse, com os livros agrupados, por escritor, por temas, por colecções, as revistas de Banda Desenhada todas perfeitamente identificadas e arquivadas por numeração… e assim sei sempre onde estão todos os livros e revistas e outra papelada… está tudo como eu gosto. Ou antes, estava!!!


Um dia desta semana ao chegar a casa e quando entrei no escritório, ia tendo um ataque cardíaco!!! Todo o meu trabalho de arrumação, tinha ido por água abaixo.




A empregada de limpeza, que vai lá poucas vezes porque a crise toca a todos, lembrou-se de limpar os livros e as estantes e toca a retirar todos os livros, para, por tudo num brinquinho, só que quando foi para arrumar tudo outra vez, é que foi mais complicado. 
Primeiro ela não é portuguesa, como com certeza mais de 95% das empregadas domésticas neste país, e apesar de ela falar melhor português que eu a língua dela que é o moldavo, que não é mais que o romeno só que na Moldávia, não sabe ler ou lê muito pouco, o que para arrumar uma biblioteca é no mínimo complicado.
Em segundo lugar, deve ter pensado lá pra com ela, que aquilo ficaria muito melhor se levasse um toque mais artístico, com um novo design, e vai daí, toca a arrumá-los por tamanhos, por cores, e sei lá que mais!!!

Terrível, um desastre, agora não sei onde está nada, é como se estivesse perdido no meio dos meus livros, ou pior ainda não parecem os meus livros. 
Só me apetece bater-lhe!!!


Já alguma vez vos aconteceu, algo do género? O que fizeram?


Se ficaram com curiosidade sobre como organizar uma biblioteca (caseira), podem espreitar o blog O QUE É ISSO?, de onde tirei a foto e algumas ideias, para começar a reorganizar os meus amados livros.

23/09/2011

45 days book challenge - Dia 7 – Livro que te desiludiu


O livro que me desiludiu foi o “Jonathan Strange & Mr. Norrel” de Susanna Clarke, ainda não o acabei, faltam menos de 100 páginas, mas depois de saber que esteve em todos os Top’s, e está nos Top dos melhores livros de fantasia de sempre, esperava que me surpreendesse e não o conseguiu… vou acabar de o ler, e espero que ainda de aquele golpe de asa para o retirar na minha lista de desilusões.

Carter vence o Diabo



Do que mais gostei neste livro, foi o facto de a sinopse não nos preparar nem nos mostrar o que realmente o livro vale e merece. A crítica para este primeiro livro de Glen David Gold, foi extremamente elogiosa, no entanto nem sempre estamos alinhados com a crítica, ou com os críticos literários, mas neste caso, não podia estar mais de acordo.

O romance é uma ficção da vida de Charles Carter um famoso mágico de São Francisco, e o livro leva-nos a percorrer a vida de Carter desde a infância abastada de uma família rica, passando pela iniciação à magia e ao encontro com o presidente dos Estados Unidos num dos seus espectáculos, encontro este que vai ser o fio condutor de toda a história, já que o próprio presidente vai participar numa das suas famosas magias e… tudo corre bem, só que 2 horas depois o presidente morre. Não estou a cometer nenhuma inconfidencialidade, já que ficamos a saber da sua morte, na primeira linha do livro…
A história vai girar em torno da magia e de factos verídicos que ocorreram na época, e leva-nos a conhecer o ambiente “da magia”, onde também conhecemos o próprio Houdini, e oferece-nos um ambiente “de magia”, através de um retrato da época com muito humor, que nos consegue surpreender, como não podia deixar de ser num livro da vida de um ilusionista (mágico), e acima de tudo divertir.
Em suma este é um livro a não perder, é um livro que se lê facilmente, e acima de tudo é um livro que foge bastante ao estereótipo do livro de época, e que nos surpreende até ao fim


Sinopse
A América dos anos 20 é uma nação obcecada com a magia. Não o tipo de magia apresentada em teatros um pouco por todo o lado, mas a magia da tecnologia, da ciência e da prosperidade. É nesse contexto que entra em palco Charles Carter – conhecido como Carter, o Grande –, um jovem ilusionista de inquestionável talento que rapidamente se torna numa lenda. Os seus espectáculos são extravagantes, os cenários elaborados e a assistência exigente. Noite após noite, um pouco por todo o país, Carter realiza as suas magistrais façanhas, levando o seu estilo único a todos aqueles que anseiam por prodígios. Mas nada na sua carreira havia preparado Carter para o número mais ousado de sempre, que tem como protagonista nem mais nem menos que o Presidente Warren G. Harding e que poderá acabar por custar a Carter a reputação que tanto se esforçou por construir…

Combinando realidade e ficção, Carter Vence o Diabo é um livro pleno de referências históricas que evocam os excessos e a exuberância dos Loucos Anos 20; uma história complexa sobre a viagem de um homem através de um mundo mágico e, por vezes, perigoso, onde a ilusão está acima de todas as coisas.


“Uma grande história muito bem contada, numa linguagem simples que brilha com elegância. É de primeira categoria.”The New York Times Book Review

”Um livro arrebatador. Consegue espantar, assombrar, iludir e, sempre, sempre, divertir.”The Guardian

“Cativante, cómico e mágico, este romance é certamente um primeiro romance a reter.”Independent on Sunday

“Um romance admirável.”Times Literary Supplement

”Carter Vence o Diabo permite-nos uma leitura inteligente e delirante – é agradável ter de novo um pouco de magia na ficção.”
The Observer (Books of the Year)


CLASSIFICAÇÃO DAS LEITURAS...
8-Excelente

Título
CARTER VENCE O DIABO
Saga

Tema
Romance
Editora
Asa
Autor
Páginas
613
Data de Leitura
20/09/2011
ISBN
972-41-3950-6

22/09/2011

45 days book challenge - Dia 6 – Livro que leste mais vezes


Não sou de ler o mesmo livro muitas vezes, porque os livros na estante a aguardar que sejam lidos, são mais que muitos, por isso tenho muito poucos que li 2 ou 3 vezes, aquele que mais recentemente me lembro de o reler pela terceira vez, foi o primeiro livro da saga de autoria de Peter Berling – “Os filhos do Graal”.
Já li mais que uma vez alguns livros de Eça Queiróz, pelo menos "Os Maias" e de Júlio Diniz este quase todos: "As Pupilas do Senhor Reitor", "A Morgadinha dos Canaviais", "Uma Família Inglesa" e "Os Fidalgos da Casa Mourisca".
Também de Júlio Verne, já repeti a leitura de alguns, nomeadamente "5 Semanas em Balão".
Neste momento estou a reler mais um clássico "Erewhon" de Samuel Butler. 

Booking Through Thursday 22/09



O tema desta Quinta-feira: LER EM PÚBLICO

  • Andas com os livros atrás, quando não estás em casa?
  • Escondes ou já escondes-te as Capas dos livros, para que não vejam o que lês? 

Desde sempre os livros fazem parte da minha vida e sempre andei com um livro atrás, já que nunca se sabe quando temos tempo livre para ler, e pelo menos nos transportes públicos aproveito sempre para ler.
Nunca escondi nenhuma capa, mesmo que seja muito "ousada", ou infantil ou para a proteger... 


21/09/2011

45 days book challenge - Dia 5 – Livro que levarias para uma ilha deserta



Para uma ilha deserta levava a Saga completa do George R. R. Martin, Crónicas do Gelo e Fogo, sempre são pelo menos 9 livros e levava o “Robinson Crusoé” de Daniel Defoe e o filme do Tom Hanks “ O Náufrago”, nunca se sabe, o que esperar de uma ilha deserta… a não ser que não tenha electricidade, o que seria terrível, porque ler à noite, é uma das muitas coisas maravilhosas que temos na vida.

José Saramago


José Saramago

Não é nada fácil falar de José Saramago, o autor português mais falado, escrito e traduzido em todo o mundo. Assim fica apenas o que encontramos na Wikipédia e junto uma caricatura que me ofereceram do grande José Saramago.

Nasceu na vila de Azinhaga, no concelho da Golegã, de uma família de pais e avós agricultores. A sua vida é passada em grande parte em Lisboa, para onde a família se muda em 1924 – era um menino de apenas dois anos de idade. Dificuldades económicas impedem-no de entrar na universidade. Demonstra desde cedo interesse pelos estudos e pela cultura, sendo que esta curiosidade perante o Mundo o acompanhou até à morte. Formou-se numa escola técnica. O seu primeiro emprego foi de serralheiro mecânico. Fascinado pelos livros, visitava, à noite, com grande frequência, a Biblioteca Municipal Central — Palácio Galveias.
Aos 25 anos, publica o primeiro romance Terra do Pecado (1947), no mesmo ano de nascimento da sua filha, Violante, fruto do primeiro casamento com Ilda Reis – com quem se casou em 1944 e com quem permaneceu até 1970. Nessa época, Saramago era funcionário público. Em 1988, casar-se-ia com a jornalista e tradutora espanhola María del Pilar del Río Sánchez, que conheceu em 1986 e ao lado da qual viveu até à morte. Em 1955 e para aumentar os rendimentos, começou a fazer traduções de Hegel, Tolstoi e Baudelaire, entre outros.
Depois de Terra do Pecado, Saramago apresentou ao seu editor o livro Clarabóia que, depois de rejeitado, permanece inédito até à data de hoje. Persiste, contudo, nos esforços literários e, dezanove anos depois, funcionário, então, da Editorial Estudos Cor, troca a prosa pela poesia, lançando Os Poemas Possíveis. Num espaço de cinco anos, pública, sem alarde, mais dois livros de poesia: Provavelmente Alegria (1970) e O Ano de 1993 (1975). É quando troca também de emprego, abandonando a Estudos Cor para trabalhar no Diário de Notícias (DN) e, depois, no Diário de Lisboa. Em 1975, retorna ao DN como Director-Adjunto, onde permanece por dez meses, até 25 de Novembro do mesmo ano, quando os militares portugueses intervêm na publicação (reagindo ao que consideravam os excessos da Revolução dos Cravos) demitindo vários funcionários. É, hoje, controverso o modo ditatorial como saneou jornalistas do DN. Demitido, Saramago resolve dedicar-se apenas à literatura, substituindo de vez o jornalista pelo ficcionista: "(…) Estava à espera de que as pedras do puzzle do destino – supondo-se que haja destino, não creio que haja – se organizassem. É preciso que cada um de nós ponha a sua própria pedra, e a que eu pus foi esta: "Não vou procurar trabalho", disse Saramago em entrevista à revista Playboy, em 1995.
Da experiência vivida nos jornais, restaram quatro crónicas: Deste Mundo e do Outro, 1971, A Bagagem do Viajante, 1973, As Opiniões que o DL Teve, 1974 e Os Apontamentos, 1976. Mas não são as crónicas, nem os contos, nem o teatro os responsáveis por fazer de Saramago um dos autores portugueses de maior destaque - esta missão está reservada aos seus romances, género a que retorna em 1977.
Três décadas depois de publicado Terra do Pecado, Saramago retornou ao mundo da prosa ficcional com Manual de Pintura e Caligrafia. Mas ainda não foi aí que o autor definiu o seu estilo. As marcas características do estilo Saramaguiano só apareceriam com Levantado do Chão (1980), livro no qual o autor retrata a vida de privações da população pobre do Alentejo.
Dois anos depois de Levantado do Chão (1982), surge o romance Memorial do Convento, livro que conquista definitivamente a atenção de leitores e críticos. Nele, Saramago misturou factos reais com personagens inventados: o rei D. João V e Bartolomeu de Gusmão, com a misteriosa Blimunda e o operário Baltazar, por exemplo. O contraste entre a opulenta aristocracia ociosa e o povo trabalhador e construtor da história servem de metáfora à medida da luta de classes marxista. A crítica brutal a uma Igreja ao serviço dos opressores inicia a exposição de uma tentativa de destruição do fenómeno religioso como devaneio humano construtor de guerras.
De 1980 a 1991, o autor trouxe a lume mais quatro romances que remetem a factos da realidade material, problematizando a interpretação da "história" oficial: O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984) - sobre as andanças do heterónimo de Fernando Pessoa por Lisboa; A Jangada de Pedra (1986) - em que se questiona o papel Ibérico na então CEE através da metáfora da Península Ibérica soltando-se da Europa e encontrando o seu lugar entre a velha Europa e a nova América; História do Cerco de Lisboa (1989) - onde um revisor é tentado a introduzir um "não" no texto histórico que corrige, mudando-lhe o sentido; e O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991) - onde Saramago reescreve o livro sagrado sob a óptica de um Cristo que não é Deus e se revolta contra o seu destino e onde, a fundo, questiona o lugar de Deus, do cristianismo, do sofrimento e da morte.
Nos anos seguintes, entre 1995 e 2005, Saramago publicou mais seis romances, dando início a uma nova fase em que os enredos não se desenrolam mais em locais ou épocas determinados e personagens dos anais da história se ausentam: Ensaio Sobre a Cegueira (1995); Todos os Nomes (1997); A Caverna (2001); O Homem Duplicado (2002); Ensaio Sobre a Lucidez (2004); e As Intermitências da Morte (2005). Nessa fase, Saramago penetrou de maneira mais investigadora os caminhos da sociedade contemporânea, questionando a sociedade capitalista e o papel da existência humana condenada à morte.
A ida para Lanzarote conta mais sobre o escritor do que deixa transparecer a justificativa corrente (a medida censória portuguesa). Com o gesto de afastamento rumo à ilha mais oriental das Canárias, Saramago não apenas protesta ante o cerceamento, como finca raízes num local de geografia inóspita (trata-se de uma ilha vulcânica, com pouca vegetação e nenhuma fonte de água potável). A decisão tem um carácter revelador, tanto mais se se levar em conta que, neste caso, "mais oriental" significa dizer mais próximo de Portugal e do continente europeu.
Mesmo em dias de hegemonia do pensamento pró-mercado, Saramago guarda um olhar abrigado numa ilha europeia mais próxima da África que do velho centro da civilização capitalista. Sempre atento às injustiças da era moderna, vigilante das mais diversas causas sociais, Saramago não se cansava de investir, usando a arma que lhe coube usar, a palavra. "Aqui na Terra a fome continua, / A miséria, o luto, e outra vez a fome.", diz o eu lírico do poema saramaguiano "Fala do Velho do Restelo ao Astronauta" (do livro Os Poemas Possíveis, editado em 1966).
Saramago faleceu no dia 18 de Junho de 2010, aos 87 anos de idade, na sua casa em Lanzarote onde residia com a mulher Pilar del Rio, vítima de leucemia crónica. O escritor estava doente havia algum tempo e o seu estado de saúde agravou-se na sua última semana de vida. O seu funeral teve honras de Estado, tendo o seu corpo sido cremado no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa.

Fonte: Wikipédia

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20/09/2011

45 days book challenge - Dia 4 – Livro Sobrevalorizado


Vou ser para muitos críticos, completamente anormal, mas como eles não lêem este blog, não faz mal. Um dos livros que mais me arrependo de ter comprado, não é apenas um, mas para minha infelicidade são 6 livros, que formam uma colecção.

Em busca do Tempo Perdido de Marcel Proust, nomeadamente o primeiro que se chama “Do Lado de Swann”, foi um livro que ainda não consegui ler (não passo da página 40) e já tentei 2 ou 3 vezes, e foi o livro que mais sono me fez, parece que vou ter de deixar passar mais uns anos para tentar recomeçar… talvez tenha sido da idade.

Caim




Um dos aspectos que me levou a iniciar este blog, é o de poder escrever as minhas sensações dos livros que li, tanto dos actuais como dos passados, criando assim um repositório, de sensações de todos os livros lidos, para mais tarde recordar…

Opinar sobre livros de José Saramago, é de uma dificuldade extrema, mas não quero deixar de passar o que senti, aquando do tão discutido “Caim”.
Este é mais um livro de José Saramago em que a temática da Bíblia é o tema central, Caim um dos personagens do Antigo Testamento, é transposto para o romance de José Saramago, como um homem e não um herói ou um deus, como não podia deixar de ser, mas um homem e fratricida, que terá vivido á 3 ou 4 mil anos. Ora o que nos surpreende sempre nestes temas de José Saramago é isso mesmo, o percebermos que se Caim existiu, foi um homem, e como homem que foi, teve sentimentos, arrebatamentos, disputas, viu mundos, amou… matou.
E como terá sido viver naquela época? É isso que José Saramago, nos mostra, tendo sempre como pano de fundo todas as metáforas e descrições da Bíblia, e no fim, teremos obrigatoriamente de nos questionar sobre este homem, e sobre o papel que Deus teve ou não na sua vida.
Este é um livro a ler de um fôlego e sem preconceitos.

Sinopse
Quem diabo é este Deus que, para enaltecer Abel, despreza Caim?
Se em O Evangelho Segundo Cristo José Saramago nos deu a sua visão do Novo Testamento, em Caim regressa aos primeiros livros da Bíblia. Num itinerário heterodoxo, percorre cidades decadentes e estábulos, palácios de tiranos e campos de batalha pela mão dos principais protagonistas do Antigo Testamento, imprimindo ao texto o humor refinado que caracteriza a sua obra.
Caim revela o que há de moderno e surpreendente na prosa de Saramago: a capacidade de fazer nova uma história que se conhece do princípio ao fim. Um relato irónico e mordaz no qual o leitor assiste a uma guerra secular, e de certa forma, involuntária, entre o criador e a sua criatura.

CLASSIFICAÇÃO DAS LEITURAS...
9-Obra-Prima
Título
CAIM
Saga

Tema
Romance 
Editora
Caminho
Autor
Páginas
181
Data de Leitura
21/04/2010

19/09/2011

45 days book challenge - Dia 3 – Livro Subvalorizado


Assim de repente lembro-me de um livro que tem estado mais ou menos escondido do grande público, e que no entanto é um livro poderoso, e que passados muitos anos após a sua leitura, ainda o tenho bem vivo na memória:
- “Nó Cego” de Carlos Vale Ferraz.


“Nó Cego transformou-se num romance de culto duma geração que esteve envolvida na guerra colonial e que, a partir dela, entrou em ruptura com o regime português de ditadura.”
fonte: Wook

Poemas da minha Vida (Os) n. 4



A poesia não é decididamente um dos géneros literários onde esteja mais à vontade, tanto no que respeita à compreensão do pretendido pelo poeta, que só por si torna a minha avaliação muito subjectiva, como pelo muito pouco que tenho lido, não me permitindo igualmente avaliar o excepcional, já que para mim, ou são bons ou não o são... uma avaliação muito redutora da minha parte, mas não dá para muito mais.


Mas debrucei-me um pouco sobre a colecção que o jornal o Público lançou, "Os poemas da minha vida", uma colectânea de poemas, em que diversas personalidades compilam aqueles que para si são os poemas da sua vida em 90 páginas.


O primeiro livro que li, foi a colectânea efectuada por Urbano Tavares Rodrigues, o número 4 da referida colecção. Não vou dizer que me encheu as medidas, mas vou dizer que alguns dos poemas mereceram de minha parte mais do que uma leitura, mereceram uma reflexão e uma segunda leitura.


Urbano Tavares Rodrigues no prefácio a esta 2ª edição, alerta para o facto de "estes não são, no entanto, todos os poemas da minha vida, mas apenas aqueles que o número de páginas previsto consentia", e adverte os menos acostumados à leitura da poesia, que é o meu caso como já disse, "A poesia às vezes não se entrega imediatamente à primeira leitura, à primeira audição. Também a água, a cair de uma cascata ou de uma catarata, não revela logo o seu movimento, mas fascina pelo brilho. certos poemas são como folhas de lume a aquecerem-nos o espírito e o corpo. Pois é preciso lê-los com o corpo - com a voz, com os sentidos." e continua a levar-nos por caminhos novos na leitura da poesia, "O poema, de resto, não é coisa fixa, move-se no espaço e no tempo, segundo a flutuação do gosto. E tem longa vida quando precisamente consegue articular melhor a carne da palavra e o sopro da alma, aquela energia misteriosa que nos rodeia, nos dá asas e, às vezes, nos promete a eternidade".


Ficam 2 poemas, o primeiro completo e o segundo apenas um pequeno excerto que gostei especialmente.


Senhora, partem tam tristes de João Roiz de Castel-Branco [séc. XV]


Senhora, partem tam tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.


Tam tristes, tam saudosos,
tam doentes da partida,
tam cansados, tam chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
Partem tam tristes os tristes,
tam fora d'esperar bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.


Muriel de Ruy Belo
...
Dizia que ao chegar se olhares e me não vires
nada penses ou faças vai-te embora
eu não te faço falta e não tem sentido
esperares por quem talvez tenha morrido
ou nem sequer talvez tenha existido.

CLASSIFICAÇÃO DAS LEITURAS...
6-Bom

Título
OS POEMAS DA MINHA VIDA
Colecção
Nº 4  os poemas da minha vida
Tema
Colectânea
Editora
Público
Compilado por:
Urbano Tavares Rodrigues
Páginas
94
Data de Leitura
11/09/2011
ISBN
972-8892-42-X